AMIGAS E AMIGOS

Benvindos a este espaço onde podemos nos encontrar as vezes um no outro, nos enxergar no nosso próximo e no espelho de nossas almas. Desejo a todos, serenidade e uma vida de espiritualidade com Deus nos homens, porque Ele claro, está em cada um de nós que o buscamos! Com alegria: Erbson de Souza















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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

OS ANINHOS DE MAMÃE


Ao nascer eu; tinha mamãe trinta e três e eu zero dos anos os tinha
Todo cru nessa vida de dores
Não sabia de Deus os valores nem o que pela frente viria.
Fui saltando assim do primeiro para no segundo ano eu entrar
E no peito de minha mãezinha a olhava fazendo gracinha com tal fome o seu seio a sugar.
Quando dei-me por conta já tinha, os dez anos de criança vivente
Que do colo da genitora, tão decente e qual protetora não deixava fazer-me ausente!
Já estava mamãe com quarenta e mais três que tentava esconder, sendo assim o modismo da época como quem faz a coisa certa a mania de não envelhecer.
Dei por conta que os anos passavam quando vinte e um eu cumpri
Olhei para os anos de minha mãezinha, mais madura agora a via e seus cinqüenta e quatros estavam ali...
Foi nascendo em mim um remorso por saber tal fatalidade
Que a vida é mesmo assim mesmo que se insista em fugir nos dará de repente a idade
Completei então vinte e cinco e que bela claridade me veio, a iluminar minha mente, por saber tão consciente que ainda a tinha em meu meio!
Dos carinhos de um filho porém, comecei sempre mais a lhe dar
E temente de sua idade pois que a morte é realidade minha alma se pôs a chorar.
Quando então os trinta eu completo completou sessenta minha genitora
Com mais três escondidos no ego, mesmo eu me fazendo de cego como quem é o dono das horas.
Agora tenho trinta e dois e trinta e três já caminho a cumprir
Minha mãe fez sessenta e cinco é verdade eu confesso e não minto
Eu não sei o que estou a sentir.
Mas me disse solene mamãe, que é assim esta vida de auroras...
Tira os bens que são os nossos sonhos nos deixando às vezes tristonhos para a morte fazer-se senhora.
Ah mãezinha, que ainda te tenho comigo... Sintamos junto o sabor desse mel
Desfrutando este resto da vida enquanto brilha este resto de sol...

terça-feira, 27 de setembro de 2011

NAS MANHÃS DOS MEDOS MEUS



Oi Deus!
Já é manhã, eu sei Senhor; acaba de clarear o dia, mas eu ainda tenho medo...
Sei que já não predomina mais a noite nem o escuro que assusta, nem o silêncio interrompido por sussurros imaginários, nem o uivo macabro do vento na madrugada. Sei que já amanheceu, mas eu ainda tenho medo Deus!
Tenho medo do homem, e agora te peço que ao contrário de me ninar nas noites minhas com tua pura proteção, me cuides, me veles, me valhas e me espreites com redundante amor no decorrer deste dia porque os homens que se afastaram de ti e os que te seguem hipocritamente passaram a noite maquinando como tirar-me a paz!
Agora, Deus, devo deparar-me com tamanha indelicadeza que assola a humanidade, os pequeninos, os pobres e os menos capacitados e os desprovidos de cultura; coisa nem tão simples assim, mas necessária para entender de injustiça.
Já amanheceu, Senhor, mas eu ainda sinto medo. Tenho medo dos homens!
Eles levam um pedaço de mim cada vez que eu grito por justiça, um pedaço maior cada vez que os faço saber que eu sei como eles atuam...
Ainda bem, Senhor, que me destes um coração infinito, se não, de pedaço em pedaço que me arrancam todos os dias eu já não teria mais com o que amar, nem com o que chorar pelos meus irmãozinhos sofredores e nem com o que gritar, porque para gritar por justiça, só mesmo com um coração novo, nem que seja cicatrizado, mas diariamente renovado!
Olha o sol que desponta Senhor, lá atrás do Cristo no morro!
Os seus primeiros raios já estão chegando a minha janela e no rosto meu, e junto com eles o teu cuidado, porque eu ainda tenho medo.
Tal como quando adormeço nos mimos dos braços teus, nas noites dos medos meus, desperta-me agora Deus, para que nesse mais um dia de vida eu lute por quem morre um bocadinho todas as manhãs e tardes amargando os dissabores provocados pela tirania de cada um dos adeptos da maldade, da avareza, da opressão,da mentira, da dissimulação que fere, da hipocrisia, enfim...
E que chegue a noite, para que mesmo assolado e de alma muito fraca, não perca a esperança de que nos medos noturnos me dará afago, descanso e coragem revigorada para enfrentar os medos que o dia seguinte por ventura nos possa trazer.
Mas agora Deus, já é manhã e eu sinto medo. Medo do homem!
A minha coragem de abrir a porta da vida e viver parece escassa, porém me lembro de ontem à noite quando me colocavas para dormir e que me dissestes que ao amanhecer eu teria um novo coração, em tudo infinito: infinito de amor, infinito de força, e mais que tudo infinito de fé. Mas, agora, nesta manhã, me mandas ir avante, porém sozinho.
Como a mãe, quando éramos pequenos, também Tu ficas a nos olhar do portão da nossa existência até que dobremos meio que assustados, mas com coragem sutil a esquina dos nossos dias!
Não te afastes Deus, porque já é manhã e eu tenho medo!